Construindo impulso: o caminho para o financiamento aberto por meio do Open Banking

Consultor Jurídico, Diretor de Assuntos Regulatórios e Públicos
Elogiamos o CFPB por seu trabalho para promover um mercado de Open Banking transparente e acessível por meio da Seção 1033 da Lei Dodd-Frank. Quando 2023 chegou ao fim, Trustly apresentou sua carta de comentário ao CFPB com nossas sugestões para aumentar ainda mais essa proposta inovadora.
Desde a nossa fundação em 2008, a Trustly redefiniu a velocidade, a simplicidade e a segurança dos pagamentos por meio do Open Banking. Atualmente, nos conectamos a mais de 8.000 bancos e instituições financeiras nos EUA. Temos mais de 8.300 comerciantes globais que confiam em nossos produtos e serviços para potencializar suas soluções de pagamento. Com nossa longa história como líderes em pagamentos e Open Banking, estamos muito satisfeitos em ver o progresso na tão necessária e tão esperada regulamentação.
Concordamos com os esforços do CFPB para transferir o mercado para portais de desenvolvedores, proibir os provedores de dados e seus intermediários cativos de cobrar taxas e exigir que os destinatários dos dados obtenham autorização formal para acessar os dados do consumidor. No entanto, também acreditamos que a proposta tem a oportunidade de refletir melhor o mercado atual e as oportunidades futuras de pagamentos de Open Banking. Acreditamos que o CFPB deve revisitar essas áreas e abordá-las em uma regra final para que a Repartição alcance seus objetivos políticos gêmeos de capacitar os consumidores e promover a concorrência no setor de serviços financeiros.
Alinhe a duração do compartilhamento de dados com as expectativas do consumidor
Em sua proposta, o CFPB sugere que a regra final exija que todos os casos de uso do Open Banking façam com que os consumidores reautorizem seu compartilhamento de dados a cada 12 meses. No entanto, quando os consumidores se inscrevem para pagamentos recorrentes, como para seu serviço de celular ou provedor de internet, eles esperam poder definir seus métodos de pagamento e não precisar revisitá-los novamente. Esta é uma área-chave em que a proposta do CFPB visa casos puros de uso de dados do Open Banking e erra o alvo quando o Open Banking é usado para pagamentos. Os problemas aumentam quando os bancos emitem números de contas de pagamento substitutos e revogáveis que desaparecem quando os consumidores revogam suas autorizações de compartilhamento de dados.
O Bureau tem a chance de resolver essas questões criando um conceito de dormência na regra final. Sob esse conceito, certos casos de uso, como pagamentos recorrentes, serviriam como um sinal de que o consumidor reautorizou o compartilhamento de dados até que ele revogue afirmativamente tal autorização, altere sua forma de pagamento ou cancele o serviço. Isso ajudaria a resolver alguns dos problemas técnicos que consumidores e comerciantes enfrentariam se tivessem que reautorizar seus pagamentos bancários abertos a cada 12 meses, além de ajudar a atenuar os problemas competitivos decorrentes de certos bancos injetarem tecnologias antipagamentos em seus ambientes de Open Banking.
Equilibre segurança e praticidade
A proposta do CFPB também permite que os bancos substituam a conta ACH e o número de roteamento reais de um consumidor por números substitutos conhecidos como Números de Conta Tokenizados (TANs)”. À primeira vista, a lógica do Bureau parece sólida. Alguns bancos afirmam que os TANs oferecem benefícios ao consumidor, então por que não permitir que esses bancos ofereçam o que supostamente é uma tecnologia benéfica e pró-consumidor?
Infelizmente, a Trustly e nossos comerciantes não viram as TANs oferecerem maior segurança. Em vez de criar benefícios para o consumidor, vimos os TANs servirem como uma nova ferramenta para fraudadores, aumentarem a confusão entre comerciantes e clientes e aumentarem as taxas de declínio com limites de transação mais baixos. Todas essas são consequências reais e não intencionais dos TANs no mercado atual.
Esperamos que a equipe que trabalha na regra final reconheça que os TANs, em seu estado atual, não estão prontos para o horário nobre e que adiem qualquer análise adicional dos TANs para uma regra separada sobre segurança e fraude de pagamentos.
Promova a inovação por meio do uso seguro e pró-consumidor de dados secundários
A proposta do CFPB restringiria fortemente a forma como as empresas podem usar os dados do Open Banking fora do caso de uso permitido pelo consumidor. Embora isso pareça uma limitação razoável, o efeito disso será congelar o mercado de Open Banking a tempo e impedir que inovações pró-consumidor e pró-competitivas cheguem ao mercado.
Hoje, os bancos podem usar dados de consumidores para desenvolver novos produtos e serviços, em grande parte devido à Lei Gramm-Leach-Bliley da era Clinton, que impõe certas restrições de privacidade e requisitos de segurança de dados aos bancos. De acordo com a lei federal, seu banco não pode compartilhar seus dados sem divulgá-los a você e permitir que você opte por não participar. Existem até algumas leis estaduais que exigem que o banco obtenha seu consentimento antes de compartilhar seus dados. No entanto, a lei não impede que os bancos usem seus dados para ver se você pode ser uma boa opção para novos produtos ou serviços. Em teoria, isso deve dar aos bancos a vantagem de trazer os melhores, mais baratos e mais inovadores produtos para o mercado.
Na prática, os bancos tendem a não ser inovadores ou impulsionadores de novos serviços financeiros de baixo custo. Em vez disso, esse papel recaiu sobre os não bancos, que usaram a última década para impulsionar a adoção em massa de transações gratuitas entre pares, acesso antecipado à folha de pagamento e métodos de compra agora e depois de baixo custo. É importante ressaltar que muitos desses produtos e serviços relacionados ao consumidor foram desenvolvidos por empresas não bancárias que usam dados do consumidor de maneira segura e controlada para o desenvolvimento de novos produtos.
Concordamos com o CFPB que os dados do Open Banking não devem ser usados indevidamente pelas empresas, nem devem ser vendidos ou abusados da mesma forma que certos corretores de dados não regulamentados usam indevidamente os dados do consumidor atualmente. No entanto, Trustly e outros no mercado acham que seria um erro limitar o uso de dados secundários pró-consumidor. Acreditamos que o CFPB tem a chance de revisar sua proposta atual para que as empresas que detêm dados do Open Banking possam usar os dados com segurança para desenvolver novos serviços de baixo custo e pró-consumidor. Sem essas mudanças, o CFPB corre o risco de limitar os benefícios ao consumidor da Seção 1033 e atenuar os efeitos pró-competitivos da regra final.
Eleve a experiência do consumidor
À medida que a Trustly e outros participantes do mercado migraram para APIs hospedadas em bancos para compartilhamento de dados, percebemos que a experiência do consumidor sofreu. Acreditamos que a regra final deve abordar essa tendência regressiva, permitindo que destinatários de dados e empresas de acesso a dados — e somente essas partes — coletem e confirmem a autorização da Seção 1033 do consumidor. Também recomendamos que o Bureau tome várias medidas pró-consumidor para evitar que bancos e outros provedores de dados sobrecarreguem suas interfaces de usuário de autenticação. Isso garantiria processos de integração mais suaves e melhores experiências do consumidor vinculadas a telas controladas de instituições financeiras.
Depois que o consumidor fornece sua autorização, ele ainda precisa autenticar sua identidade e o controle da conta no banco. Também instamos o CFPB a usar a regra final para exigir a autenticação de aplicativo a aplicativo, que resolve muitos dos problemas de experiência do consumidor atualmente presentes no mercado e, ao mesmo tempo, fornece melhores proteções de segurança de dados para os consumidores. Ouvimos que muitos bancos gostariam de oferecer esse recurso, mas ele é regularmente despriorizado porque não é exigido por lei e não aumenta diretamente a receita bancária. O Bureau tem a chance de melhorar enormemente a experiência do consumidor e a segurança dos dados ao exigir que todos os provedores de dados ofereçam autenticação de aplicativo a aplicativo.
Avançando os padrões de API e as opções alternativas
Agradecemos e concordamos com os esforços do CFPB para estabelecer padrões técnicos mínimos para os bancos. No entanto, nossas próprias experiências com APIs fornecidas por bancos mostram que os padrões do Bureau precisam de mais definição e nuances para apoiar o Open Banking em grande escala.
Para aumentar a eficiência do Open Banking, propomos padrões de API refinados. Especificamente, defendemos melhores tempos de resposta e disponibilidade, proporcionando uma experiência mais perfeita e confiável para consumidores e desenvolvedores. Para ser claro, o Trustly suporta totalmente a mudança do mercado para portais de desenvolvedores, mas os dados precisam ser obtidos em tempo real 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Também acreditamos que os padrões de API da regra final precisam de força. Embora o CFPB tenha o direito de intentar ações coercitivas contra bancos e provedores de dados que não cumpram os padrões técnicos da regra final, esses processos serão muito lentos para provedores de dados que desejam usar seu enorme poder de mercado para limitar certos casos de uso do Open Banking ou diminuir a concorrência.
Para lidar com esse risco, a Trustly acredita que os participantes do mercado precisam do direito de recuperar dados por meio de métodos de conexão legados tokenizados se esses dados não estiverem disponíveis por meio da API. Acreditamos que uma regra final que preserva essas conexões como um método alternativo de acesso a dados funcionará como um incentivo suficiente para ajudar os bancos a manter o tempo de resposta e a confiabilidade adequados da API. Essa não é apenas a nossa teoria, mas é como os reguladores tiveram que lidar com as tentativas dos bancos de contornar o tempo de resposta e os padrões de confiabilidade da API na Europa. Há precedentes de que essa seja uma ferramenta apropriada para garantir o funcionamento adequado das APIs fornecidas pelo banco.
Nossas considerações finais sobre a seção 1033
A proposta do CFPB marca um avanço significativo para o Open Banking e o Open Finance nos Estados Unidos. Como pioneira global em Open Banking, a Trustly tem orgulho de participar e ajudar a pavimentar o caminho para o avanço do Open Banking para todos. Estamos comprometidos em redefinir a velocidade, a simplicidade e a segurança dos pagamentos, aproveitando o Open Banking. Esperamos participar ativamente dos diálogos regulatórios e de mercado em andamento para moldar um futuro que beneficie os consumidores, promova a inovação e promova a concorrência justa.
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